Não se sabe ainda quem vencerá as eleições mas, na campanha política, a grande vencedora está sendo a rejeição, com um grande cabo eleitoral chamado ódio. A última pesquisa do Datafolha apontou que Jair Bolsonaro lidera com 24% das intenções de voto, seguido por Ciro Gomes (13%), Marina Silva (11%) e empatados com 9% Geraldo Alckmin e Fernando Haddad. Em compensação, se a empatia apresentada por seus eleitores, a antipatia por quem não vota neles é, pelo menos, duas vezes maior.
No cenário da rejeição, Bolsonaro lidera com 43%. Depois vem Marina Silva com 29% Seguido por Geraldo Alckmin (24%), Fernando Haddad (22%) e Ciro Gomes (20%). Dos cinco que lideram as pesquisas, apenas dois não dobram a rejeição em relação à empatia. Os embates entre eleitores, porém, agora não ocorrem mais em mesas de bar, onde se discutia civilizadamente sem que se chegasse mesmo a proferir palavras de baixo calão. Hoje eles acontecem nas redes sociais, sem dia ou hora marcados, porém sempre destilando ódio e quase nunca apresentando propostas ou sem que um dos lados saia xingado, no mínimo. Seria interessante uma pesquisa que mostrasse quantas amizades se perderam por causa de política, até para que, depois de quatro anos de mandato dos eleitos cumpridos, as pessoas se perguntassem se valeu a pena.
As redes sociais, se permitem que os ânimos fiquem acirrados, evita também que hajam quebra-quebra em mesas de bares. Sempre é possível ver um lado bom. Se amizades estão sendo rompidas, ao menos não haverá sangue sendo derramado (e nem cerveja).