A hora do retorno político

No final de 2017, o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, apresentou o projeto #PartiuMudar – Educação para a Cidadania Democrática no Ensino Médio. A intenção era criar um senso democrático no jovem, em especial o que não possui a obrigação de participar do pleito, de 16 e 17 anos, para que ele saiba que pode mudar o Brasil. Ou tentar, já que o próprio ministro, nos últimos anos, mandou soltar diversos suspeitos ou condenados em processos judiciais. Qual o estímulo então do adolescente em votar? O que os políticos podem oferecer a não ser mais do mesmo? Atualmente, por mais que os ânimos estejam cada vez mais acirrados, nunca esquerda e direita estiveram tão próximas. Poucos apresentam programas políticos, fazem apenas atacar ao adversário ou até mesmo quem nem faz parte mais do cenário político.

Por mais que o jovem da atualidade esteja interessado em muitas coisas que não estejam muito interessados em política, que os movimentos estudantis tenham perdido muito de sua força, eles estão interessados no que os afeta. O preço dos combustíveis, das passagens de ônibus, aéreas, das condições das ruas onde circulam, impostos abusivos, entre outras coisas. E onde estão as propostas para mudar a realidade atual, que é precária em todo o país? Praticamente inexistem. Portanto uma prática que tem sido adotada é não eleger alguém que já ocupou cargos políticos e nada fez para mudar isso, mas é algo que não garante que os novos eleitos farão diferente, mais ainda sem propostas.

O eleitor, assim como o cidadão, está cansado de só ser cobrado por fazer sua parte.  Se o jovem tem a obrigação moral de votar para mudar o Brasil, porquê o político não precisa apresentar propostas e executá-las? Se o cidadão paga impostos, porquê não tem retorno nenhum? Chegou a hora de mudar, porém o voto de confiança, desta vez, precisa vir do outro lado, o que está aproveitando as benesses dos cargos políticos, mas o que está sendo oprimido pelas políticas públicas.

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