A música de raiz está de luto: morreu Zé Calixto, o Rei dos Oito Baixos natural de CG

Morreu neste domingo (13), no Rio de Janeiro, vítima de mal de Alzheimer, o paraibano Zé Calixto, tocador de fole que no mundo da música era chamado de O Rei dos Oito Baixos.

Por pura coincidência, Calixto morreu no Dia Nacional do Forró, aos 87 anos de idade. Ele era natural de Campina Grande e foi o grande mestre na execução do fole de oito baixos.

O maior sucesso interpretado por Calixto foi o choro Escadaria, da autoria de Pedro Marinho. Uma música de difícil execução e que, para muitos, era um teste indispensável para avaliar o bom tocador de fole ou de sanfona.

Biografia – Instrumentista. Sanfoneiro. Compositor, nascido em 16/7/1933, Zé Calixto foi registrado por seus pais apenas em 11/8/1935.

Começou a tocar fole aos oito anos. Quatro anos mais tarde, já tocava sozinho em bailes e festas de sua cidade. Nas apresentações dessa época, conheceu Jackson do Pandeiro e Genival Lacerda.

Em 1959, em período de lua- de- mel de seu recente casamento, foi convidado por um amigo para fazer uma gravação no Rio e Janeiro. Deixou sua esposa e aceitou viajar oito dias num ônibus. Voltou três meses depois, para buscar sua companheira, mudando-se para a cidade maravilhosa, onde morava desde então.

O Artista – De Acordo com o Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira, Zé Calixto dedicou toda sua vida à sanfona, desenvolvendo, especialmente, o gosto pela execução do forró junino. Em 1960, gravou uma série de 4 discos ao acordeom pela gravadora Sinter com os forrós “Forró de Seu Dideu”, “Forró em Serra Branca”, “Forró em Campina Grande” e “Bodocongó”; a polca “Polquinha brejeira”; o frevo “Oito baixos no frevo”; o xote “Xote em fá” e o choro “Bossa-nova em oito baixos”, todas de sua autoria. Com sua sanfona de oito baixos, chamou tanto a atenção dos produtores cariocas, que logo foi contratado pela Phillips, passando a gravar um LP por ano.

 

Em 1961, por aquela gravadora, lançou os forrós “Arrodeando a fogueira”, de sua autoria e “Apertadinho”, de Ari Monteiro e Airão Reis. Em 1963, gravou, também na Philips, dois forrós: “A pisada é essa”, com Jackson do Pandeiro e “Tempo de milho verde”, com Aquilino Quintanilha.

 

Participou da coletânea “O fino da roça”, lançada pela gravadora Philips, em 1969, da qual participaram ainda, Jackson do Pandeiro, Zé Catraca, Messias Holanda, Zé Messias, Adélia Ramos e Elino Julião, liderados por Genival Lacerda, que substituiu Jackson do Pandeiro na excursão homônima, percorrendo todo o Nordeste, tocando com sucesso em clubes e praças, por ocasião dos festejos juninos.

 

Terminado o contrato com a Philips, Calixto foi recebido por quatro outras gravadoras, passando pela CBS, Tapecá, Continental e Odeon-EMI, lançando ao todo 26 discos solo.

 

Em 1972, teve as músicas “Forró do Nino”, parceria com New Carlos e “Forró do mestre-sala”, com Manoel Serafim gravadas no LP “Forró na palhoça” da CBS com interpretações suas.

 

O LP lançado pela CBS, em 1973, trazia como destasques “Forró do Nino”, de Bastinho Calixto e New Carlos e “Forró do mestre-sala”, de sua autoria com Manoel Serafim.

 

Em 1974, teve os forrós “No cantinho da parede” e “Só pra perturbar”, parceria com Bastinho Calixto, gravados por Bastinho Calixto pela EMI.

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