Um poeta mineiro já lembrou que há muita gente que pensa que ladrão se mata com tiro. Preciso destacar que o mesmo poeta contou – com triste dulcidão – que a bala que seria para o ladrão também pode ir para o leiteiro…
‘Cidadão de bem’ teimam em propagar que ‘bandido bom é bandido morto’. Vislumbram a justiça como se justiçamento fosse. Não querem ‘perder tempo’ com reflexões sociais. Não querem ‘perder tempo’ com profundidade de julgamento.
Querem o bandido morto desde que o bandido seja pobre e negro. Querem o bandido morto desde que ele não seja escolarizado. Querem o bandido morto desde que ele seja um ‘’favelado’. Desejam a morte de quem consideram ‘zés-ninguéns’.
A ideia de ‘bandido bom é bandido morto’ muda completamente quando o tal ‘bandido’ é branco e escolarizado. Muda principalmente quando o ‘bandido’ tem dinheiro e condições de contratação de advogados.
Os que têm posses e boa posição social escapam das penitenciárias e da violência própria do contra aqueles que são colocados à margem. Os que têm posses escapam dos linchamentos físicos e – muitas vezes – dos linchamentos midiáticos.
Definitivamente, defender que ‘bandido bom é bandido morto’ mais parece resultante do ódio que a classe média e as elites têm dos pobres e dos negros. A maldade impera quando o racismo e o preconceito tomam conta de nossas almas…