Alexei Leonov e o astronauta de mármore

No comecinho da década de 1970, David Bowie lançou um disco emblemático. O álbum ‘The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars’ tinha em seu setlist o hit ‘Starman’. Uma década e meia mais tarde, esse sucesso de Bowie ganhou uma versão em língua portuguesa através da banda gaúcha Nenhum de Nós: ‘Astronauta de mármore’.
A lua inteira agora é um manto negro… Esse trechinho da música gravada pela banda brasileira pode dar a dimensão da solitária tristeza de saber da morte de Alexei Leonov. Poderia ser apenas mais um cosmonauta russo, mas ganhou o posto de eternidade na história por ser o primeiro humano a caminhar no espaço. Uma caminhada de pouco mais de 12 minutos.
Ele morreu nesta sexta-feira (11), aos 85 anos. A causa da morte foi divulgada como “uma longa doença”. Embora menos popular, Leonov é tão grandioso quanto Yuri Gagarin. Hoje, olhe para a Lua e lembre da odisseia de Leonov. Um verdadeiro ‘Starman’, ele deve ter voltado para lá… Aliás, ele sempre esteve lá…

Em 1965, Leonov caminhou do lado de fora de sua espaçonave, com um deslocamento de cerca de três metros de distância ao longo de 12 minutos e 9 segundos, de acordo com a agência Reuters. Além disso, também foi o comandante da primeira missão espacial conjunta entre Rússia e Estados Unidos.

Quando o cosmonauta queria voltar à nave Voskhod-2, ele se encontrou em uma situação de emergência: seu traje espacial inflou-se, o que o obrigou reduzir a pressão em seu traje e a entrar na escotilha com a cabeça para frente, ao contrário do que estipulava o regulamento.

Na cabine, o sistema de descida automática não funcionava. Com seu companheiro de equipe, retornou à Terra em modo manual, pousando nos Urais, a 2 mil quilômetros do local planejado no Cazaquistão.

Em junho de 1971 Aleksei Leonov deveria fazer parte da tripulação da primeira no mundo estação orbital Salyut, mas por causa de uma doença do seu colega Valery Kubasov, três outros cosmonautas partiram para a estação. Todos eles morreram durante o regresso à Terra em resultado de despressurização da nave Soyuz-11.

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