Desrespeitando a memória de paraibanos ilustres, Cartaxo muda nomes de logradouros

Parque Solon de Lucena, reformado por Cartaxo

O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), adotou uma artimanha com a notória intenção de passar para a história como idealizador e construtor de importantes logradouros da Capital, mesmo que para isso tivesse que desrespeitar a memória de ilustres paraibanos.

A manobra consiste em mudar os nomes dos logradouros e praças, mesmo ao arrepio da lei e da consagração do povo de João Pessoa. Uma mudança extra-oficial, digamos assim…

Luciano Cartaxo teve a petulância, por exemplo, de orientar todos aqueles sobre os quais exerce poder de mando, e também a mídia, a denominar de Parque da Lagoa o mais conhecido cartão postal da Paraíba, que é o Parque Solon de Lucena. Um flagrante desrespeito à memória do ex-governador Solon de Lucena e toda a sua família.

O próprio Cartaxo, seus assessores e todo o material noticioso e de propaganda distribuído pela Prefeitura de João Pessoa se refere ao Parque Solon de Lucena – cujo projeto urbanístico original era da autoria de Burle Marx – como sendo o Parque da Lagoa, denominação que foi dada, sem mudança de lei, a partir das melhorias ali introduzidas na sua gestão para que ele entre para a história como idealizador do espaço urbano.

Luciano Cartaxo procedeu da mesma forma com relação ao Parque Arruda Câmara (Bica) que, após algumas mexidas em equipamentos, ele passou a denominar de Parque da Bica.

Resta saber se até o dia 31 de dezembro, Luciano Cartaxo ainda irá mudar o nome da Praça da Independência…

Parque Solon de Lucena, em sua versão original

Dados históricos – De acordo com a enciclopédia virtual, Wikipedia, o Parque Sólon de Lucena, também conhecido como Lagoa, é um espaço público da cidade de João Pessoa, capital do estado brasileiro da Paraíba. Um dos principais símbolos da cidade, o parque situa-se no centro da capital paraibana e apresenta belos jardins e uma lagoa, ao centro, com um grande espelho d’água circular cercado por palmeiras-imperiais.

Sua localização centralizada, assim como seu conjunto paisagístico, o transformou num dos principais cartões postais da cidade, bem como palco de importantes acontecimentos sociais.

Características – O parque apresenta uma grande área verde, com árvores frondosas e barraquinhas de alimentação. Em sua volta há lojas e supermercados de grande porte. Há ainda pontos de ônibus, restaurantes, hotéis, bancas de revistas e vários prédios de relevância histórica e cultural. É uma das principais áreas verdes da região central da capital paraibana, junto com o Parque Arruda Câmara e a Praça da Independência. Em razão de sua centralidade, a área é muito buscada para a realização de movimentos sociais, eventos culturais, campanhas educativas e de saúde, entre outras atividades correlatas, além de ser um local utilizado para a prática de esportes, como caminhada, ciclismo, corrida e skatismo.

Seus canteiros, cujas obras e conceito contaram com a participação em 1940 do célebre paisagista brasileiro Roberto Burle Marx têm várias espécies de árvores do bioma da mata atlântica, como ipês, pau-brasis e acácias, além de um extenso bambuzal. Contudo, os ipês-amarelos são as árvores que mais chamam a atenção do público em virtude de suas tradicionais floradas, vistas de setembro e novembro de cada ano.

Atualmente, o parque sofre em virtude da intensa poluição de suas águas por dejetos e esgotos provenientes de galerias pluviais da área central da cidade. Em 2013, a prefeitura anunciou a reestruturação de todo o perímetro do parque com alguns novos atrativos, como a adição dos pedalinhos.

Mais história – Até o início do século XX, a região onde se situa este logradouro era um pântano conhecido como «lagoa dos Irerês», em virtude do grande número de marrecos que buscavam suas águas, para procriar e se alimentar.

Anteriormente, a lagoa era parte de um sítio pertencente aos jesuítas franciscanos, vindo posteriormente a ser palco do «Engenho da Lagoa». Foi na administração do governador Sólon de Lucena e do prefeito Walfredo Guedes Pereira, que esse brejo foi urbanizado (1925) e finalmente transformado em parque público. Daí, em 1924, surgiu a denominação «Parque Solon de Lucena», em homenagem ao referido governador da época. Em 1940, a lagoa foi guarnecida com calçamento novo e sua fonte luminosa, iniciativa do governo de Argemiro de Figueiredo.

O Atlas de centros históricos do Brasil, publicação de 2007, contém o seguinte trecho sobre a lagoa:

Ao longo da década de 1920, foram finalmente criados os serviços de saneamento e de abastecimento de água, projeto elaborado pelo escritório de Saturnino de Brito. Foi então saneada a ‘lagoa dos Irerês’, que bloqueava o crescimento da cidade em direção ao leste. Em seu local surgiu o parque Sólon de Lucena.

Em 25 de agosto de 1975, enquanto autoridades militares promoviam passeios em uma balsa para comemorar a Dia do Soldado, ocorreu uma tragédia de grandes proporções causada pelo número excessivo de passageiros embarcados nesse veículo aquático, levando à morte por afogamento trinta e cinco pessoas, das quais vinte e nove crianças.

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