Dormir junto vale? Elas comentam as regras da era “trate ficante como ficante” e pronto

Dormindo juntos

Antes do primeiro beijo, você se imagina viajando para um final de semana romântico a dois. Ou, depois de dois encontros, você abre o app de comida e vê uma promoção especial logo no restaurante que o crush disse que amava. Qual o problema de mandar um lanchinho surpresa na casa dele ou dela? “Ah, não faz a emocionada”, diz uma amiga. “Trata ficante como ficante”, diz outra. Ok, as histórias de amor não tem mais a mesma cara das que assistíamos nas comédias românticas. Mas será que em limite ou regra para demonstrar afeto numa relação, mesmo sem rótulos:

Preparar o prato preferido do @, dormir com ele após o sexo ou tratá-lo com carinho é ser “emocionada” ou apenas gentil? Pergunta como essa andam embaralhando a cabeça de muitos solteiros. E quem ultrapassa os limites – imaginários, vale dizer – entre o “namoro oficial” e “relação casual” se vê numa cilada: tratar o ficante com a atenção que ele merece pode ser visto como algo “emocionado”, um passo além do que o envolvimento entre os dois permite? Quais são as cláusulas que ninguém nos conta desse formato de envolvimento? A seguir, a opinião de mulheres que já se viram nesse tipo de situação, da psicóloga e terapeuta de casais Sandra Baldacci e da coach de relacionamento Luiza Vono.

A bióloga Fernanda*, de 32 anos, está passando por uma reavaliação da ficada. Por ter se mudado do Rio de Janeiro, onde tinha um ficante fixo, para São Paulo, por uma proposta de trabalho, percebeu que a relação virou algo mais sério, ainda que não tenha rótulo de namoro. “Ficamos juntos desde 2019 e, agora, com a distância, nos vemos a cada dois, três meses. A questão é que, quando vamos para a casa um do outro, ficamos o final de semana inteiro juntos, ele cozinha para mim, bebemos vinho, dormimos de conchinha, o cachorro dele me adora…”, analisa. “Só que, na minha cabeça, isso é ser totalmente emocionada, porque ainda não batemos martelo de namoro.”

Segundo Fernanda, apesar de sentir que o casal está no mesmo nível de envolvimento, o parceiro é mais introspectivo – o que faz com que ela se controle para demonstrar comprometimento. “Ele é bem fechado, não sei se por conta de relações anteriores. Isso me deixa com medo de eu estar viajando… Ao mesmo tempo, andamos de mãos dadas nas ruas, e as pessoas que nos conhecem sabem que estamos juntos.” Deve ser por causa dessa dúvida, aliás, que ela preferiu manter sua identidade em sigilo. Falar sobre o relacionamento não oficial na internet é ser emocionada? Talvez.

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