Lei Áurea – 120 anos – O 13 de maio é mesmo uma data a ser comemorada?


Ao longo dos anos, o 13 de maio marca não apenas um evento histórico, mas também um ponto de reflexão sobre a trajetória da abolição da escravatura no Brasil. Assinada há 120 anos pela princesa Isabel, a Lei Áurea é um marco inegável na luta pela liberdade, celebrando a vitória do movimento abolicionista e do parlamento brasileiro.
No entanto, sua celebração é permeada por debates e questionamentos. Desde a década de 1970, movimentos negros propõem o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra, destacando a resistência e a combatividade dos negros contra a escravidão. Esse contraponto busca desmistificar a ideia de que a abolição foi um ato de generosidade da elite branca, enfatizando a luta e a mobilização dos próprios escravizados.
O reconhecimento do 20 de novembro como feriado em diversos municípios e sua inclusão no calendário escolar brasileiro refletem a crescente valorização da história e cultura afro-brasileira. Isso levanta a questão: devemos comemorar o 13 de maio?
A resposta não é simples. Enquanto a Lei Áurea representa uma conquista histórica, sua interpretação e significado variam conforme as perspectivas e ideologias de cada época. Assim como o martírio de Tiradentes só foi celebrado após a independência do Brasil, a avaliação do 13 de maio pode evoluir com o tempo, refletindo novas compreensões e sensibilidades em relação ao passado.
A celebração do 13 de maio não é apenas sobre um evento histórico isolado, mas sobre reconhecer o legado da luta pela igualdade e justiça, respeitando as diversas vozes e narrativas que moldaram a história do Brasil.

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