Vi que alguns estudantes da UFPB se acorrentaram a barras de ferro no prédio da Reitoria da UFPB, em João Pessoa. Dizem ser uma forma de protesto contra a nomeação do professor Valdiney Veloso Gouveia para assumir a Reitoria. Nomeação foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro.
Estudantes acorrentados reclamam que Valdiney teve apenas 5% dos votos, sendo o terceiro colocado nas eleições que elegeram a professora Terezinha Domiciano. Os alunos alegam que Valdiney não tem representatividade e que sua nomeação tem um quê de golpe contra a democracia e, principalmente, contra a autonomia da universidade.
O que sei é que a legislação permite a nomeação do professor Valdiney. Afinal, é bem claro, a escolha do presidente deve ser feita com base em uma lista tríplice (que independe da quantidade de votos de cada um). Do ponto de vista legal, não há o que discutir. Valdiney é legalmente o novo reitor da UFPB.
Fico pensando sobre o que querem de verdade os estudantes acorrentados da UFPB (e tantos outros que participaram do protesto contra a nomeação)… O viés político é explícito. E o novo reitor já afirmou que irá banir da UFPB esse viés. A universidade, conforme Valdiney, é lugar para quem quer trabalhar. E acrescento: a UFPB é lugar para quem quer estudar…
Não vi nenhuma manifestação e nenhum estudante acorrentado para protestar contra a lerdeza na aprovação da gratuidade para tirar carteiras de estudante. Um benefício, principalmente, para alunos carentes! Não o fizeram porque preferiram garantir o ganho de dinheiro dos DCEs e da UNE (e de outras entidades que faturam com a carteirinha)…
Alguns estudantes estão acorrentados, na verdade, a um viés político equivocado e que vai de encontro aos interesses reais do alunado. Embriagados pelo embate político, terminam por negar as lutas mais fundamentais para o segmento discente (repito: principalmente com relação aos mais humildes). Estão acorrentados e parados no tempo…