O que será da juventude hoje? Parece uma pergunta repetitiva, mas é bem atual. Se nos idos dos anos 80 nós nos preocupávamos como seria o Brasil do ano 2000, agora sabemos que aquela geração que dançava nas baladas e assustados não era o pior que este país poderia gerar.
São pelo menos três gerações perdidas em termos educacionais, sociais e principalmente em termos econômicos, e não culpo aqui as tragédias de plano Collor, Real ou tantos outros, falo de uma gama de jovens entre 20 ou 30 anos que não estudaram o suficiente, não se estruturaram como cidadãos respeitados e que ocupam subempregos capazes apenas de sustentar porcamente a si mesmo.
Mas vamos nos concentrar no adolescente ou adulto jovem que hoje lotam academias se exibindo diante de enormes espelhos ou aqueles que se preocupam apenas nas casas de show da periferia para ouvir os pancadões ou coisas piores.
Neste cenário dantesco só visualizo uma coisa: o Brasil está perdido se depender desta juventude. Mais de 60% abandona os estudos antes mesmo de concluir um ensino médio. Poucos são aqueles que ingressam e concluem uma universidade.
E digo, com experiência, que a maioria dos que se formam hoje não atendem as mínimas exigências nem mesmo de seus conselhos de classe. Resta acompanhar o Exame da OAB ou um teste para revalidar diploma de médicos formado no exterior. Se um ‘doutor’ brasileiro se submete a esse teste, certamente teríamos uma reprovação de mais de 80%.
Estamos no final do ano de 2018 e nossos temores de 20 ou 30 anos persistem a nos assombrar. Até parece que a cada geração, piorasse um tanto mais. São homens e mulheres perdidos nos conceitos do que realmente importa na vida. Não falo de riquezas materiais, mas de fazer valer os ensinamentos de pais que, bem ou mal, tentaram e tentam passar um pouco de responsabilidade para esses adultos que ainda pensam como garotos e garotas de 14 ou 15 anos. E destes não vou nem falar agora. Fica para uma próxima.
O sentido deste texto é iniciar uma conversa sobre o que esperar desta juventude, que se não estuda e nem trabalha, vive encostada nos familiares e se tem um emprego ou faz uma faculdade, leva tudo no oba oba como se não existisse amanhã.
Diz um velho ditado que ‘se conselho fosse bom se vendia’. Pois mesmo de graça darei o meu. Assim como faço com todos os jovens com quem convivo. Estudem como afinco, busquem aprender e não apenas passar de ano ou conquistar um diploma. Trabalhem com honradez e desejem crescer. Coloquem no seu engrandecimento pessoal todo o empenho e dedicação com que ‘puxam ferros’ em academias.
Lembrem-se todos os jovens, ou quem ainda pensa que é jovem, a vida cobra um preço caro demais para quem não aproveita as oportunidades. Se exibir diante de um espelho ou ‘dançar’ nos pancadões, não será para sempre. Quando estiver na frente dos tais espelhos, pensem: ‘O que eu fazer para me sustentar e ter uma vida satisfatória daqui a 10 anos?’
Minha esperança é ainda o que me move. Espero que pelo menos 50% dos que hoje não querem nada com a vida, acordem e tornem-se homens e mulheres capazes de conduzir nosso país a uma esfera menos tenebrosa do que se põe a nossa frente hoje.
Termino por hoje perguntando mais uma vez: O que será da juventude de hoje?