Temos dois blocos quando o papo é reforma do Ensino Médio. Um bloco é a favor da reforma. O outro, contra. Um binário básico. Dicotomia típica. Nada fora do padrão convencional de discussão de pontos de vista.
O grupo favorável à reforma acredita que o atual formato é ultrapassado e pouco funcional, uma vez que obriga o alunado a ter contato e apreensão de conteúdo vasto e profundamente diferente.
O grupo que é contra a reforma do Ensino Médio tem a certeza de que tal reforma fará com que os jovens percam capacidade de reflexão e passem por um processo de robotização frente à ausência de disciplinas na área de Humanas.
Olhando de um lado e olhando de outro, eu acho que o grande nó da reforma do Ensino Médio (defendida com unhas e dentes pelo atual Governo federal) não está no formato e nem no conteúdo.
A reforma dos três anos do Ensino Médio será assim: 60% das aulas serão conteúdo comum obrigatório como português, matemática, inglês e também artes, educação física, filosofia e sociologia. O conteúdo dessas disciplinas obrigatórias será definido pela Base Nacional Curricular Comum.
Os outros 40% da grade curricular serão definidos de acordo com a proposta das escolas, que vão oferecer disciplinas de pelo menos uma área, entre: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e sociais aplicadas, formação técnica e profissional.
A medida provisória da reforma do Ensino Médio foi aprovada quarta-feira pelo Senado. A medida ainda vai passar pela sanção do presidente. Apesar de a publicação da medida provisória estar prevista para setembro, as mudanças ainda não têm data para entrar em vigor.
O grande nó é que não houve debate amplo com a sociedade para que decisões fossem tomadas. Não houve consulta aos educadores. Não houve consulta aos alunos. Foi uma imposição. E imposição tem um cheirinho de golpe…