Ainda será o primeiro da história, mas a recente instituição do Dia da Consciência Negra como feriado nacional, celebrado em 20 de novembro, levanta uma questão relevante: será que o Brasil precisa de mais um feriado?
Embora reconheçamos a importância dessa data, não podemos ignorar a abundância de feriados ao longo do ano, especialmente considerando que novembro agora abrigará três deles.
O Dia da Consciência Negra, agora oficializado como feriado nacional pela Lei 14.759/2023, originada no PL 3268/2021, do senador Randolfe Rodrigues (Rede – AP), é uma oportunidade crucial para refletir sobre a história de resistência do povo negro no Brasil e para promover a conscientização sobre a necessidade de combater o racismo em todas as suas formas. O relator, senador Paulo Paim (PT-RS), destaca a relevância desse marco como um momento de introspecção coletiva sobre as injustiças históricas enfrentadas pela população negra e a urgência de construir uma sociedade mais inclusiva e igualitária.
Contudo, devemos ponderar os impactos adicionais que mais um feriado pode ter na produtividade nacional. Enquanto os setores do turismo, lazer e entretenimento podem se beneficiar com dias adicionais de folga, há preocupações legítimas sobre a redução da eficiência econômica e do ritmo de trabalho do país como um todo.
Em um momento em que buscamos impulsionar o desenvolvimento e a competitividade, é crucial encontrar um equilíbrio entre a celebração de datas significativas e a manutenção da dinâmica produtiva da nação.
É necessário um debate amplo e reflexivo sobre a pertinência de novos feriados no Brasil. Não que esse novo feriado não seja justo, muito pelo contrário, é importantíssimo sob o aspecto cultural e histórico das datas propostas, mas é preciso analisar bem os impactos socioeconômicos de sua implementação.
Devemos encontrar maneiras criativas e inclusivas de celebrar e reconhecer nossa diversidade, ao mesmo tempo em que garantimos a eficiência e o progresso do país.