Fico bestinha com a falta de capacidade que jornalistas dos cadernos culturais paraibanos apresentam diante das novidades da cena. De maneira geral, é um festival de mesmices. As personagens com destaque entre aqueles que fazem o nosso jornalismo cultural ainda são os mesmos e vivem como os nossos pais. Basta dar uma olhada pouco atenta mesmo…
Nosso jornalismo cultural não está preocupado em descobrir artistas potencialmente interessantes nem em divulgar seus trabalhos. Nosso jornalismo cultural é burocrático e distanciado da periferia cultural. Faz sempre mais do mesmo e se repete e se repete e se repete… Uma cegueira só…! Sabe qual é a boa??? Os jornalistas de cultura não sabem!
Quem da imprensa paraibana conhecia o jovem Kevin Nadjana? E olha que ele já mora na Paraíba há alguns anos!!! O jovem jamais teve espaço em rádio, jornal e tevê. Uma notinha sequer! Precisou ser descoberto em um programa de tevê nacional para que o jornalismo cultural paraibano reconhecesse seu valor.
Kevin está entre os participantes da sétima temporada do The Voice Brasil. Cantou terça-feira passada (17). As três cadeiras viraram! E Kevin – que escolheu Ivete Sangalo – foi a sensação da noite. O jovem de pais camaroneses nasceu em Brasília, mas adotou João Pessoa para viver.
Na capital paraibana, ele participou por volta de um ano e meio do Coral Grazzi de Sá, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Depois disso, passou a ser integrante da Classic Band, chegando a fazer 30 shows por mês. Trinta! Como a imprensa nunca olhou para ele??? Fácil. Nossos jornalistas, de maneira geral, são pseudo-intelectuais, arrogantes e desinformados.
O mesmo vale para a cantora e sanfoneira Eduarda Brasil. Vencedora do último Te Voice Kids, Eduarda era uma ilustra desconhecida da imprensa paraibana. Somente após o brilho no programa nacional e, consequentemente, da vitória, Eduarda passou a ter holofotes tupiniquins.
É preciso rever os conceitos, senhores intelectuais. Acham que estão abalando quando escrevem seus textos cheios de referência, mas estão apenas fomentando a própria soberba. E soberba de gente desinformada e sem compromisso com as novidades da cena artística paraibana não é coisa de quem pretende exercitar o bom jornalismo cultural…