Temos mesmo o que comemorar no Dia da Consciência Negra?

Deixando de lado a polêmica entre as datas comemorativas do Dia da Consciência Negra (13 de maio ou 20 de novembro?), temos um debate ainda mais delicado: haveria mesmo algo a ser comemorado? Em alguns momentos penso que não…

Foto: Rony Hernandes

Cento e trinta e dois anos se passaram desde a abolição da escravidão, mas negros ainda são colocados na marginalidade, sendo vitimados pelo racismo e pelo preconceito. São a parte mais esquecida da sociedade. Invisibilizados!

Sabe quem são as ‘presas preferenciais’ dos policiais? São homens (99%), negros (75%), jovens (78%). O Brasil tem hoje a maioria da população (55,8%) composta por pretos e pardos, mas é justamente esse grupo que tem a maior taxa de analfabetismo, os menores salários e sofre mais com a violência e o desemprego.

Negros ganham vencimentos menores e são os principais alvos da violência. Ainda são ‘barrados’ em escolas e universidades e não têm acesso aos planos de saúde. Diante de dados tão negativos, volto a perguntar: temos mesmo alguma coisa a comemorar no Dia da Consciência Negra?

Compartilhe