Terrorismo: ‘Nós vamos ficar bem’

“Nós vamos ficar bem”. Escutar esse trecho de um dos sucessos de Ariana Grande é tentar buscar um mantra que nos console a todos com relação ao atentado de Manchester. Esse trecho de ‘Be Alright’ (que tem construção semântica não na conjugação do modo futuro, mas no modo futuro imediato) é uma espécie de consolo para quem ainda sofre com os estrondos que ceifaram as vidas de diversos jovens.

 

O atentado durante um show da cantora americana Ariana Grande em Manchester, na Inglaterra, matou 22 pessoas e deixou outras 64 feridas na última segunda-feira. Algumas das vítimas, entre crianças e adolescentes, estavam deixando a arena onde o show aconteceu quando Abedi detonou o explosivo.  Outras, aguardavam para buscar filhos ou amigos que tinham assistido ao show. Das 64 pessoas feridas, 20 estão em estado crítico. Doze delas são crianças.

 

Imaginem a dor dessas crianças e o desespero dos pais. Vidas receberam um ponto final e o motivo é um só: ausência de flexibilidade diante do contraditório. Esse atentado – e muitos outros pelo mundo – representa a total falta de abertura ao contraditório. Uma visão estreita frente à diversidade de ideias.

 

Oito homens foram detidos após o ataque, realizado pelo homem-bomba suicida Salman Abedi. Na manhã de terça-feira, investigadores realizaram uma explosão controlada ao fazer uma busca em uma propriedade na região de Moss Side, em Manchester. Dois homens também foram detidos depois de uma batida em um endereço na região de Withington, na Grande Manchester.

 

É preciso dobrar e redobrar a segurança. Sim. É preciso sim!!! Mas, é preciso discutir e rediscutir os valores que estão levando jovens a reforçar as fileiras dos movimentos extremistas, que resultam em ataques terroristas. Jovens matando jovens. É preciso cantar o trechinho da música de Ariana: ‘Nós vamos ficar bem’. Mas, não vamos esquecer…

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