Não faz muito tempo que contei aqui no blog sobre como carrego memórias afetivas relacionadas as festas juninas. Ainda criança, no bairro da Torre, em João Pessoa, seduzia-me a luz e o calor das fogueiras. Chama para a festa…
Bem verdade que festa junina para mim, ainda criança, também era sinônimo de oportunidade de trabalho. Colocava um pequeno bazar de fogos (com uma caixa de uvas ornamentada e colorida) na calçada de casa mesmo e vendia bombas e chuveirinhos. Rendia um trocado….
Apesar das dificuldades, não deixávamos de brincar (porque precisávamos e merecíamos). A luz das fogueiras nasceu para todos. Luz que vinha ao som dos fogos e com cheiro de comida de milho.
Muitas décadas se passaram e, este ano, não vai ter fogueira… A recomendação é de que não se acendam fogueiras em cidades com adensamento populacional e com taxas altas de infectados pelo COVID-19.
Na cidade de Pombal, no Sertão da Paraíba, teve até decreto municipal proibindo as fogueiras e a venda de fogos. Quem descumprir a medida poder responder criminalmente na Justiça. Como bom nordestino, fico triste…
Este ano, as festas juninas não terão aquele cheiro peculiar nas ruas. Os céus não contarão com as luzes da pirotecnia. Santo Antônio, São João e São Pedro devem estar tristes. Teremos um mês junino sem luz…